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Aqui você irá ler o resumo das noticias dos povos indígenas do Brasil e da América Latina.

Ouça em BREVE a Rádio Brasil Indígena

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Nosso “sinal digital de fumaça” chegou no O Globo

Tem índio na rede

Nosso “sinal digital de fumaça” chegou no O Globo

Rio de Janeiro, RJ – terça-feira, 17 de abril de 2007

Josy Fischberg* » josy@oglobo.com.br • PAU-BRASIL, Bahia

Desde que nasceu, há 17 anos, Olinda Wanderley, ou Clairê, seu nome indígena, ouvia histórias sobre o primo Erick. Ela, na Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguaçu, Bahia. Ele, no bairro de Santa Cruz, Rio de Janeiro. Na primeira vez em que trocaram uma palavra, em 2004, não estavam em nenhuma tribo ou manifestação de índios: encontravam se, os dois, em frente a um computador, logados no chat do site discriminação dos brancos contra os índios, agravada pelas retomadas de terra. Íamos até as cidades próximas para mostrar a nossa cultura. Agora, com a internet, mostramos a nossa cultura para o mundo – explica. Além de textos e fotos, o site ainda mantém, desde o ano passado, o curso Arco Digital, financiado pelo programa “Novos Brasis”, do Oi Futuro, que também atua em sua gestão. Índios do Brasil participam de oficinas de cidadania, desenvolvimento e sustentabilidade, entre outras, através da internet e do trabalho de campo. – O Arco Digital é uma comunidade colaborativa de aprendizagem. Discutimos, por exemplo, o tipo de desenvolvimento que os índios querem para eles – afirma Sebastián Gerlic, presidente da Thydewas. Olinda, lá do início do texto, é uma das participantes das oficinas. Ela não mora mais em Caramuru, mas em Palmeiras, Chapada Diamantina, onde estuda. Como o primo Erick, quer um dia voltar. O encontro dos dois ao vivo, registrado na capa desta edição, aconteceu na própria aldeia e foi o primeiro, depois de anos de comunicação por internet. Com internet, sem telefone “A escola está voltada para a nossa cultura. Aprendemos espanhol, em vez de inglês, para nos comunicarmos com outros índios”

A Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguaçu hoje tem computadores conectados com o apoio do programa Cultura Viva, do Ministério da Cultura, e do Gesac (Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão), do Ministério das Comunicações. – Com a internet, os índios reivindicam e, em alguns casos, já conseguiram melhorias, como, por exemplo, nos postos de saúde – diz Sebástian Gerlic, da Thydewá. Na aldeia dos Pataxó Hã-hã-hãe, um rapaz, picado por uma cobra, conseguiu socorro graças à grande rede. Na região onde mora, não há telefones, mas havia internet. Assim vivem os Pataxó Hã-hã-hãe: com internet, mas praticamente sem telefone e com estradas de acesso em péssimas condições. Sua história é marcada por expropriações e violência. A terra onde moram foi demarcada em 1937, mas foi invadida e transformada em fazendas, nas décadas seguintes. A partir de 1982, os índios deram início a um processo de retomada. Pataxó-Hã-hã-hãe é o nome que denomina índios de diferentes etnias (Baenã, Pataxó Hã-hã-hãe, Kamakã, Tupinambá, Kariri-Sapuyá e Gueren). Ainda assim, há boas notícias. Em 2008, a Escola Estadual da Aldeia Caramuru-Paraguaçu terá sua primeira turma de 3° ano do ensino médio. – A escola é indígena e está voltada para a nossa cultura. Aprendemos espanhol em vez de inglês, para podermos nos comunicar com outros índios do continente, por exemplo – diz Kele Muniz, de 17 anos.

No ano que vem, retornam à aldeia dois jovens que hoje estudam medicina em Cuba.

– Os mais novos sabem da importância de se formarem e voltarem para o nosso povo – afirma a cacique Maria Muniz de Andrade, Maya. Terra de Galdino e seus irmãos Eles eram 12 irmãos. Hoje, são dez. É certo que todos lembram da morte do índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, queimado por jovens em Brasília, há dez anos. O que pouca gente sabe é que um irmão de Galdino, João Cravim, já havia sido morto a facadas, em 1987, por causa da disputa de terras em Caramuru-Catarina Paraguaçu.

– Nossa família é marcada por fatos trágicos. Galdino e João eram engajados. Não foi apenas a família que perdeu com essas mortes. Foram todos – diz Marilene dos Santos, irmã de Galdino, agente de cultura e uma das líderes locais. De fato, a importância de Galdino é sentida pela aldeia em pequenos detalhes. Os alunos da foto ao lado, por exemplo, estudam em uma sala de aula cujo nome é “Galdino”. – Era pequena quando Galdino morreu, mas sei que o fato serviu para que mais índios passassem a ter consciência de que precisamos da terra – diz Conceição Souza, de 18 anos.

* A equipe viajou a convite do Oi Futuro

 

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Um Comentário

  1. MARCO ANTONIO

    MUITO BOM O TRABALHO A FAVOR DOS POVOS INDÍGENAS, CONTINUE NA LUTA!!É ESSENCIAL ESSE TRABALHO.

  2. Helena Maria S Espejo

    Importantísso o trabalho em defesa dos índios brasileiros, raça origem de nosso Brasil!!!

  3. Haroldo Heleno

    Anápuáka, o julgamento esta confirmando para depois de amanhã, estou tentado falar contigo e não consigo, por isto estou enviando este spyke em ofline paraver se vc recebe
    [13:38:50] Cimi Itabuna diz :precisamos divulgar ao máximo os eventos, pois o tempo foi muito pouco, no site do Cimi temduas notas que acho que vc podia replicar para todos os teus contatos
    [13:39:27] Cimi Itabuna diz :principalemente as duas últimas que falam do Ato no dia 23 e o manifesto que o povo fezx em Salvador
    [13:40:12] Cimi Itabuna diz :diivulgar principalemnte para a Imprensa Internacional, sempre fazendo uma ligação com a morte de Galdino

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